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A antiga questão do bi mundial

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Corinthians já partiu para o Japão em busca do título do Mundial de Clubes FIFA 2012. Mas o assunto hoje é outro. É antigo, batido, até chato, mas precisa ser falado: o time luta pelo título inédito ou pelo bi campeonato?

Obviamente que as torcidas adversárias tratam o Mundial de 2000 como “inválido” e o corintianos o tratam como fundamental. O fato é que, a despeito das brincadeiras e piadas (que sempre existiram e existirão, pelo bem da rivalidade no futebol), o Corinthians é oficialmente campeão mundial de clubes.

Argumentos contrários a esse fato funcionam como brincadeiras, mas não como provas.

São paulinos tendem a recorrer da frase dita por Rogério Ceni para “justificar” a invalidez do título: “para conquistar o mundo é preciso cruzá-lo”.

Nesse ponto, os títulos de Copa do Mundo do Uruguai não devem ser levados em conta, pois 30 foi disputada em casa e 50 no país vizinho? O mesmo vale para o título da Itália em 34, Inglaterra em 66, Alemanha em 74 e França em 98? Ou para todas as Copas disputadas na Europa, já que, exceto o Brasil em 58, nenhum país americano ganhou uma copa naquele continente? Claro que não.

A frase do goleiro e ídolo tricolor serve muito bem para motivar e orgulhar seus torcedores. Como argumento sério, é pífio.

Outros vão defender: como ser campeão do mundo sem vencer a Libertadores, uma espécie de “eliminatória” para o torneio?

Voltemos à Copa do Mundo de Seleções: em 1930 não houve NENHUM processo eliminatório ou classificatório. O título do Uruguai tem o mesmíssimo valor do título da Espanha em 2010 porque simplesmente não existia um regulamento que previa processo classificatório para a primeira Copa.

Se algum torcedor não concorda com o regulamento, reclame pra FIFA, organizadora do torneio. De uma forma ou outra, isso não retira o título conquistado em 2000 pelo Corinthians.

Outros vão dizer que o torneio não pode ser considerado porque o patrocinador faliu e não deu continuidade àquele formato. Seria o mesmo que dizer que, caso a Toyota decrete falência, os outros títulos, posteriormente reconhecidos como oficiais, deixariam de existir. Ou se o Banco Santander fechar, as conquistas das Libertadores não contariam mais. Completamente sem sentido.

Os mais inocentes e desesperados ainda afirmam que o Mundial de 2000 foi um torneio político, sem grandes intenções da FIFA. Inocentes e desesperados, porque absolutamente todas as manobras da FIFA (sem nenhuma exceção) são de motivação política, afinal a entidade é, acima de tudo, uma organização política.

Portanto, o Corinthians luta pelo bi, sim senhor! Foi campeão do primeiro mundial oficial (antes da entidade maior do futebol reconhecer os títulos anteriores, disputados pelo campeão da Libertadores da América contra o campeão da Copa dos Campeões da Europa). Pode ser campeão do próximo.

Na Libertadores era outra história, o Timão disputava com o Boca um título inédito. Hoje luta pelo bi mundial. Não precisa de angústia, mas de garra e luta. Esse é o discurso corintiano que ajuda a diminuir a pressão sobre os jogadores e torcida.

De qualquer forma, será o Mundial de Clubes com maior audiência da TV e do rádio esportivo brasileiro. Quanto a isso não há dúvidas nem discussões.