No último domingo, dia 30, no jogo contra o Sport, um turista escocês foi “convidado a se retirar” da área VIP do Pacaembu por conta da camiseta que vestia. O visitante estava com a camiseta do Celtic, da Escócia. Acontece que o clube tem seu uniforme em verde e branco e recebia xingamentos de outros torcedores.
Após essa atitude ridícula dos torcedores do setor, a equipe de marketing do Timão está tentando localizar o turista para levá-lo para conhecer o clube e presenteá-lo com um uniforme do Corinthians. Nada mais é do que uma tentativa de diminuir o constrangimento que o europeu teve que passar e deixar uma imagem menos pior do que é um estádio no Brasil.
Essa intolerância, que em nada agrega ao futebol e aos estádios, foi causada no setor mais caro do estádio. Vale ressaltar isso porque vemos, em inúmeros meios de informação, a violência (verbal ou física) associada à classe mais pobre da torcida. Este caso mostra, outra vez, que essa visão não só é falaciosa como também preconceituosa, pois naquele setor do Pacaembu os ingressos custam cerca de R$250.
O mesmo fim de semana presenciou uma das cenas mais patéticas do ano no futebol. No jogo entre São Paulo e Coritiba, torcedores paranaenses obrigaram uma garota de 13 anos a devolver o uniforme de jogo com o qual o meia Lucas, do São Paulo, a havia presenteado.
Esperamos que o clube possa, de fato, chamar o escocês para conhecer o CT e os jogadores. É o mínimo a se fazer. Mas esperamos, mais ainda, que os torcedores preocupem-se mais em torcer pelo time do que em hostilizar o próximo e façam dos estádios um lugar melhor de se frequentar. Por enquanto, isso parece um sonho distante.