O assunto ainda é o mesmo: a tragédia na Bolívia. O Corinthians entrou com recurso junto à Conmebol, que ainda não se pronunciou sobre voltar a trás ou manter a pena do time em jogar com portões fechados na primeira fase da Libertadores. Até segunda ordem, a pena continua e o Corinthians já se prepara para jogar no Pacaembu silencioso nesta quarta-feira.
No entanto, o grande impacto acorreu quando um adolescente de 17 anos, filiado à uma torcida uniformizada, apareceu no Fantástico (Rede Globo) assumindo a culpa pelo crime. Obviamente que este jovem não pode ser considerado culpado ainda, apenas passou a ser suspeito (não houve julgamento).
De uma forma muito “estranha”, o advogado do jovem vai tentar provar que ele é culpado (normalmente o advogado participa da defesa e não da acusação). Segundo o advogado, ele tem provas que o sinalizador foi disparado pelo adolescente e que todos os sinalizadores pertenciam ao menor (que comprou cerca de 10 para uso pessoal).
Como ingressos para jogos são vendidos na sede das torcidas uniformizadas (com permissão dos clubes, da Federação Paulista e do Ministério Público), é simples arrumar dinheiro para comprar sinalizadores de navio. Já que supostamente o menor “trabalha” em uma torcida, ele tinha dinheiro pra isso.
Caso isso seja provado e esse menino seja realmente o culpado, ele não pode ser extraditado por ser menor de 18 anos. Ficaria retido na Fundação CASA para receber medidas socioeducativas. Alguns acham que ele é o “laranja” da história e sua confissão foi orquestrada.
De qualquer forma, achando-se o culpado, o que muda?
Já comentei sobre as organizadas no primeiro post a respeito desse caso. São torcedores que se consideram melhores ou “mais torcedores” que os “comuns”. Prender um, dois ou doze sujeitos e permitir o financiamento dessas facções é brincar de resolver o problema. É tampar o sol com a peneira.
A pena ao clube provavelmente será mantida. Com riscos de ser aumentada. Se isto é justo, forte ou brando, é assunto pra outro post (até porque, não caberia mais aqui). Mas é de se considerar também a omissão (de longa data) da Conmebol, presidida desde 1986 pelo mesmo cidadão: Nicolás Leoz (será que ainda não teve tempo de pensar sobre a violência nos estádios sul-americanos?).
Ah! Teve jogo no fim de semana também. O time empatou com o Bragantino por 2 a 2 com destaque para atuação de Alexandre Pato (melhor em campo). Mas o empate é o quinto consecutivo do time e gera desconforto ao elenco e à torcida. Se bem que, com todo esse desenrolar mais enrolado da história, entendo que fica difícil manter o foco.
O Timão volta a campo quarta-feira, quando enfrenta o Milionarios, no Pacaembu, em jogo válido pela fase de grupos da Libertadores da América.