Parece besteira se pensarmos racionalmente no que é um ano novo. É apenas um dia que acaba e outro que começa, num ciclo de 365 dias. Poderia ser 21 de maio, 30 de julho, 8 de setembro. Mas o ritual mítico e até sagrado do Réveillon mostra que a vida, assim como o futebol, não deve e nem pode se reduzir a explicações estritamente racionais.
É normal e bem vinda essa onda de renovação e esperanças que o fim de ano nos traz. Pensar no que se passou e vislumbrar o que pode vir a ser. Nesse quesito, o ano de 2012 foi muito especial para o Corinthians e para o futebol brasileiro.
O que foi desenhado em 2011 ganhou forma em 2012: um novo Corinthians foi construído. E não afirmo isso apenas pelas conquistas, mas pela postura profissional.
A começar pela conquista inédita e invicta da Libertadores da América em cima do “bicho-papão de brasileiros”, o Boca Juniors. Uma campanha irretocável, perfeita.
O bicampeonato mundial de clubes da FIFA sobre o milionário Chelsea, mostrando a força de um elenco e um esquema tático consistente, é outra marca do novo Timão. Um clube muito mais profissional do que fora no passado, olhando e seguindo em frente.
A manutenção de Tite no comando da equipe não me deixa mentir sobre a profissionalização do clube.
Mas o futebol brasileiro viu avanços. O principal foi a tão aguardada queda de Ricardo Teixeira no comando da CBF depois de 23 anos. De lambuja, ele também deixou o Comitê Organizador da Copa, para alívio do governo Dilma e da FIFA.
Isso é mais importante do que o título do futebol olímpico.
Um fato para ser comemorado. Mas com moderação.
Em seu lugar ficou o rebento da ditadura militar que retardou o Brasil entre 1964 e 1989, José Maria Marin. Lastimável.
Mas não tem problema, 2012 foi um ano de muitas conquista para o futebol e para o Timão. E, como já disse antes, ano novo é momento para sonhar sempre com melhoras e batalhar para alcançá-las.
E qual melhor forma de imaginar voos maiores para 2013 se não com mais títulos, quem sabe o bicampeonato na Libertadores e o tri mundial? E já que não custa nada torcer, a queda de Marin e de Del Nero cairia como uma luva um ano antes da Copa no Brasil.
E que seja mais um ano de vitórias para o futebol.