O último evento de 2012 para o UFC marcou a defesa do cinturão dos pesos-pesados entre o então campeão Júnior Cigano dos Santos e o desafiante e ex-campeão Cain Velasquez. Foi a primeira vez que Cigano entrou no octógono como atleta do Corinthians.
Porém a noite reservou péssimas surpresas para o brasileiro. Irreconhecível na luta, Cigano tomou seu primeiro knock-down (queda a partir de um golpe de contato) no UFC, não conseguiu impor seu jogo e nem se livrar do eficiente trabalho de Velasquez.
O americano de origem mexicana, no entanto, não conseguiu nocautear Cigano, que mostrou uma resistência incrível. Apenas Roy Nelson tinha apresentado um queixo tão “duro” nessa categoria. Mas isso não foi suficiente para evitar a primeira derrota do brasileiro e a perda do cinturão.
Olhando depois, podemos levantar algumas falhas na luta de Cigano e alguns pontos merecem destaque.
Primeiro foi o excesso de confiança do campeão. Em todos os momentos de preparação, Cigano e sua equipe exaltavam sempre seu poder de nocaute, mas deixavam de lado o fato de Cain ser um dos mais perigosos lutadores do planeta.
Segundo foi algo notado pelo próprio Cigano depois da luta: a falta de uma estratégia. Muito preocupado em evitar as quedas de wrestling e o poderoso ground’n’pound de Velasquez, o brasileiro não estava preparado para impor seu próprio ritmo. Durante a luta, a postura apática de Cigano, cruzando os passos e de guarda baixa, mostrava uma falta de tática inadmissível para um lutador de sua categoria.
Outro detalhe (incluso na falta de estratégia) foi o erro em optar por não utilizar seu jiu-jítsu recém faixa-preta. Surpreendentemente levando a pior em pé (apesar de ter o melhor boxe do MMA atual), em nenhum momento o experiente corner do lutador propôs uma tentativa de manter a luta agarrada.
Uma noite em que muito deve ser aprendido por Cigano. E um lutador dedicado e técnico como ele irá aprender com seus erros. Logo estará de volta, defendendo as cores do Corinthians e da nação brasileira e retomando esse cinturão para nós.
