Quando ainda era jogador do Atlético de Madri, Diego Simeone afirmou que “um time vencedor não se faz com bons jogadores, mas com jogadores dispostos a vencer”. Hoje Simeone, que é um dos melhores treinadores da atualidade, implanta bem esse pensamento no mesmo Atlético de Madri. Vamos pensar nessa afirmação para tentar entender o que falta ao Corinthians.
O time é multicampeão recentemente. Conseguiu um feito difícil no Brasil: manter a base do elenco e repor, com qualidade, as peças que perdeu. Elenco estrelado não falta (é o plantel mais caro do país e pode se dar ao luxo de ter no banco de reservas jogadores que seriam titulares em quase todas as equipes do campeonato). Mas ainda não decolou.
O treinador não é problema. O esquema criado por Tite é eficiente e seguro. Ele enxerga o futebol como deve ser, um esporte coletivo em que todos os jogadores tem papeis importantes ofensiva e defensivamente, dessa forma, o time depende menos da atuação esplendida de apenas um homem.
Ainda que acusado de “cansado”, o esquema tático funciona muito bem dentro do que lhe cabe. O time toma poucos gols e, mesmo jogando mal, consegue se mostrar compacto e competitivo.
Dentro de campo, quem decide são os jogadores. Aí sim entra a frase de “Cholo”. Mesmo que tenha jogadores técnicos, um grande time é formado por quem está disposto a fazer o que for preciso para vencer. E isso inclui entrega, sacrifícios, criatividade e, principalmente, não aceitar a derrota. Isso falta ao Corinthians.
A lua de mel do time com a Libertadores durou mais de um ano. Até ontem, o Timão vivia uma fase de “vencemos o que era preciso, daqui pra frente, anda é tão importante”. O discurso de “precisamos melhorar e ajustar uns pontos” ficou batido e soa mais como um escudo do que como uma medida que será tomada.
Falta ao time contundência. Falta ferir a zaga adversária. Falta disposição para “morder a mão do zagueiro” se for preciso. O elenco é rico e estrelado, mas se tomar uma boa dose de “simeonismo” vai ser apenas um elenco rico que sequer se classificou par a Libertadores de 2014.