Como era certo, o Corinthians anunciou oficialmente a compra de Alexandre Pato junto ao Milan. Por R$40 milhões, o time detém 60% dos direitos do atacante.
Sabemos que a contratação de Pato também é parte do plano e continuar a internacionalização do clube, portanto, além do jogador, existe uma manobra de marketing nisso. Manobra muito bem feita, como quase tudo que o marketing corintiano vem fazendo nos últimos anos, diga-se de passagem.
Mas hoje vamos pensar somente naquilo que o atleta rendeu e pode vir a render dentro de campo.
Alexandre Pato é um caso em que a pessoa é mais “pop star” do que jogador. Entenda o motivo.
Quando despontou no Internacional, com apenas 17 anos, o próprio Colorado o tratava como uma joia rara. Isso mesmo antes de sua estreia no time profissional.
Tudo o que se acreditava é teríamos um centroavante à altura de Careca ou Reinaldo. E sua estreia não foi decepcionante: 45 minutos diante do Palmeiras encheram os olhos dos torcedores do Inter e dos fãs de futebol pelo Brasil.
Mais um jogo foi o bastante para o jovem e promissor atacante estava de malas prontas para a Europa. Destino? O milionário e gigante Milan.
Porém sua passagem pela Itália foi medíocre.
Apesar das lesões (quinze em cinco anos), o grande problema era outro: Pato passou a ser um jogador “eterna promessa”. Muitos casos assim são vistos no futebol.
Mesmo jovem, sua carreira estava baseada no que ele poderia ser e não no que ele realmente é. Os R$40 milhões pagos ao Milan é o valor da promessa e não do jogador. As convocações para a Seleção Brasileira também.
A culpa é exclusivamente do atleta. Talvez por falta de competitividade, somado as lesões (que tem sua parcela de culpa sim), fez de Alexandre Pato um jogador aparentemente acomodado.
Mas não se engane: existe um lado bom nisso.
O Corinthians apresenta um cenário ideal para que Pato seja o grande atacante que se esperava dele em 2008. A constante briga por espaço no time (já que sua titularidade não está garantida) pode criar no jogador a garra que sempre faltou em sua carreira.
Isso sem contar na experiência de Tite em lidar com as regalias de Ronaldo, Adriano e Roberto Carlos e não deixar o time perder sua característica mais importante: o jogo coletivo.
Essa tática do Timão vai obrigar Pato a abrir mão do status de “pop star” e jogar para o time. Decidir será fundamental e a pressão da torcida e dos companheiros pode ajudar o jogador, que ainda tem 23 anos, a se firmar como o grande atacante que todos esperam.
Acredito, inclusive, que Tite, inteligente como é, vai saber utilizar o novo camisa 7 em posições fora da área, instigando Pato a usar sua velocidade e diminuindo a pressão sobre o contestável poder de finalização do garoto.
Portanto o Corinthians tem o ambiente certo para recuperar Pato. Lesões gravíssimas ele não sofreu (como as de Ronaldo ou Ganso) e se faltar vontade, ele não jogará. E faltar vontade no atual campeão mundial não é algo aceitável. Como diz Tite, é o campo que fala.
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