Era inevitável. Após a queda de Mano Menezes na última sexta-feira, a posição de Andrés Sanches estava entregue, era questão de tempo. O anúncio oficial veio na manhã de hoje, quarta-feira (dia 28).
A CBF garantiu que seu cargo, diretor de futebol, não existe mais e será substituído pelo de coordenador de futebol que é, essencialmente, a mesma coisa. Andrés era o principal responsável, teoricamente, por ser o elo entre técnico e cúpula. Ao ser “voto vencido” em manter Mano, sua credibilidade e função estavam acabadas.
Antes de sair, Andrés ainda entregou que Luiz Felipe Scolari estava apalavrado com a CBF, frustrando os planos da entidade de anunciar o treinador apenas em janeiro. O anúncio deve ser feito amanhã (quinta-feira, dia 29).
Muitos afirmam que Felipão sempre foi o preferido de Marin e Del Nero, que só aguardavam o momento certo para contratá-lo. O nome de Felipão é, no mínimo, curioso nesse momento, pois ele passa por uma das piores fases de sua carreira. Mesmo com a conquista da Copa do Brasil, o gaúcho tem boa parcela de culpa no rebaixamento do Palmeiras no Brasileiro.
Para assumir o cargo de coordenador de futebol, o nome mais forte é do ex-técnico Carlos Alberto Parreira, que volta à CBF depois de seis anos ausente (quando treinou a Seleção na Copa do Mundo de 2006).
O que podemos concluir de toda essa movimentação?
A proposta de renovação da CBF era uma enorme falácia. O “novo” presidente, José Maria Marin, assumiu o cargo em março de 2012, mas está na entidade desde a Copa de 1986.
Felipão, campeão do mundo em 2002, volta mesmo estando desempregado e vindo de um trabalho questionável no Palmeiras.
Parreira, aposentado, é nome presente da CBF desde a década de 70 (na Copa de 1970, Parreira era o preparador físico da Seleção) e fez sua carreira essencialmente na entidade.
Os três nomes para os cargos principais não apresentam absolutamente nada de novo em relação ao que a CBF faz há 40 anos. A proposta de dar uma nova cara ao selecionado fazia mais sentido com Mano Menezes, que assumiu o cargo sob o argumento de renovar o time e teria tempo e liberdade pra fazer quantos testes quisesse.
No fundo, as “novas” nomeações só corroboram com que a CBF sempre foi: uma entidade política e conservadora, que recebe algumas pitadas de populismo. O nome de um dos técnicos que fizeram o time praticar um futebol fantástico nos últimos tempos, Pep Guardiola, soa como um absurdo para a filosofia que a CBF prega há décadas.
Nem a entidade, nem o futebol e nem a torcida brasileira está preparada para tal ousadia. O mais seguro é mesmo voltar com Felipão, Parreira e Marin. Já tem gente dizendo que Zagallo, Murtosa e Américo Faria podem pintar de novo. Renovação é isso?
Pelo menos eles deixaram o Corinthians fora de toda essa história, e o nosso grande comandante Tite continua guiando nosso esquadrão.